Por Fernando Vieira Filho (1)
Existem
duas formas de depressão no pós-parto, uma mais leve e mais comum chamada pelos
americanos de “Baby Blues”, na gíria americana a palavra blue tem conotação de tristeza, e a
outra chamada de depressão pós-parto (Postpartum Depression).
O "blues" é uma condição
benigna (atinge entre 70 e 80% das “novas mamães”) que se inicia nos primeiros
dias após o parto (dois a cinco dias), dura de alguns dias a poucas semanas, é
de intensidade leve não requerendo em geral uso de medicações, pois é
auto-limitada e cede espontaneamente. Caracteriza-se basicamente pelo
sentimento de tristeza e o choro fácil que não impedem a realização das tarefas
de mãe. Aproximadamente metades das mulheres são acometidas pelo "blues" no pós-parto. Provavelmente
devido a seu caráter benigno não tem sido muito estudada.
A
depressão pós-parto é uma depressão propriamente dita (no Brasil atinge 1 em 4
mulheres ou seja 26% das brasileiras); recebe essa classificação sempre que
iniciada nos primeiros seis meses após parto. Sua manifestação clínica é igual
a das depressões, ou seja, é prolongada e incapacitante requerendo o uso de
antidepressivos.
O tratamento
O principal problema desta depressão está no
uso das medicações. Enquanto os psiquiatras julgam que os antidepressivos
apesar de passarem para o leite materno não causam maiores problemas para a
criança, os pediatras recomendam a suspensão da amamentação caso seja
introduzida alguma medicação antidepressiva. Não há relatos de problemas
causados nas crianças em aleitamento materno cujas mães tomavam
antidepressivos.
O
tratamento medicamentoso deve ser associado à psicoterapia para um resultado
positivo rápido e eficaz.
Para
minimizar o problema o obstetra e familiares precisam ter atenção no período –
“um pouco antes e um pouco depois do parto” – para evitar o agravamento dos
possíveis sintomas de depressão. Se há
histórico pessoal de depressão, depressão pós-parto, psicose pós-parto ou
transtorno afetivo bipolar, é importante acompanhar com o médico de perto antes
mesmo dos sintomas começarem.
Alguns fatores de risco:
·
História de depressão pós-parto anterior
·
Falta de apoio da família, parceiro e amigos
·
Estresse, como um recém-nascido doente, problemas financeiros ou
problemas familiares
·
Limitações físicas anteriores ou após o parto
·
Depressão durante a gravidez
·
Depressão anterior
·
Transtorno Afetivo Bipolar (TAB)
·
História familiar de depressão ou transtorno bipolar
·
Violência doméstica, que podem aumentar durante a gravidez e quando um
casal está se ajustando a um novo bebê.
Sintomas mais aparentes:
·
Sentimento de tristeza ou desespero constante
·
Perder o interesse ou não sentir prazer na maioria das atividades
diárias.
·
Pensamento de morte e suicídio.
·
Vontade súbita e assustadora de prejudicar o bebê.
·
Perder ou ganhar peso
·
Vontade de comer mais ou menos do que o habitual
·
Dormir muito ou não dormir o suficiente
·
Inquietação ou indisposição
·
Cansaço e falta de energia
·
Sentimento de indignação ou culpa
·
Dificuldade para se concentrar ou tomar decisões
·
Ansiedade e excesso de preocupação.
·
Falta de conhecimento sobre como cuidar de um bebê.
Psicose pós-parto:
Esta condição grave
é mais susceptível de afetar as mulheres que já têm Transtorno Afetivo Bipolar
(TAB) ou histórico de psicose pós-parto. Os sintomas, que começam geralmente
durante as primeiras três semanas após o parto, incluem:
·
Desconexão com seu bebê e com as pessoas em seu redor
·
Sono difícil e perturbado, mesmo quando o bebê está dormindo
·
Pensamento extremamente confuso e desorganizado, aumentando o risco de
prejudicar o bebê, a si mesma ou qualquer pessoa
·
Mudanças drásticas de humor e comportamento estranho
·
Extrema agitação ou inquietação
·
Alucinações, que pode ser visuais, auditivas, olfativas ou de contato
·
Pensamento delirante que não se baseia na realidade.
Psicose pós-parto
requer tratamento imediato, muitas vezes no hospital. Quando a segurança da
paciente está garantida, uma combinação de medicamentos - como antidepressivos,
antipsicóticos e estabilizadores de humor - pode ser usado para controlar os
sintomas. Às vezes, a eletroconvulsoterapia é recomendada também. O tratamento
para a psicose pós-parto pode afastar a mãe do bebê por muito tempo e tornar a
amamentação difícil, e alguns medicamentos utilizados para tratar a psicose
pós-parto não são recomendados para mulheres que estejam amamentando.
Complicações possíveis
Se não for tratada,
a depressão pós-parto pode interferir com o vínculo mãe-filho e causar
problemas familiares futuros. Filhos de mães que têm depressão pós-parto não
tratada são mais propensos a ter problemas de comportamento, como dificuldades
para dormir e comer, crises de birra e hiperatividade. Os atrasos no desenvolvimento
da linguagem são comuns também. Depressão pós-parto não tratada pode durar
meses ou mais, por vezes tornar-se um distúrbio depressivo crônico. Mesmo
quando tratada, depressão pós-parto aumenta o risco de futuros episódios
depressivos.
Prevenção
·
Procurar dormir bem, ter uma alimentação saudável, fazer exercício
físico e procurar apoio na medida do possível.
·
Passar longe de cafeína, álcool e outras drogas ou medicamentos, a menos
que seja por recomendação médica.
·
Se você está preocupada com a depressão pós-parto, faça seu primeiro
check-up pós-natal três ou quatro semanas após o parto em vez das habituais
seis semanas.
·
Procurar fazer trabalhos voluntários em pró de uma comunidade carente e
exercitar a religiosidade e espiritualidade, frequentando entidades religiosas
e filosóficas de sua preferência.
·
Procurar leituras de livros e revistas sérias, ligadas a assuntos de
vida em família, criação de filhos (Dr. Içami Tiba), a Vida do Bebê (Dr.
Rinaldo de Lamare) etc. Lembrando que quanto mais conhecimento, mais segurança
e confiança a futura mamãe adquire. Lembrando que a gravidez não é nehuma
doença e toda mulher tem sua fisiologia corporal preparada para tal evento.
(1)Fernando Vieira Filho -
Psicoterapeuta/clínico, palestrante e escritor. Autor do livro CURE SUAS MÁGOAS
E SEJA FELIZ! – 2ª Ed. - Barany Editora - 2012. E coautor do livro DIETA DOS
SÍMBOLOS – 6ª Ed. - Melhoramentos - 2004.
É autor dos E-Books: PSICOFÁRMACOS
- Uso e aplicações de forma simples e eficaz.
PSICOPATOLOGIA - Apresentada de forma simples e objetiva - Incluindo
psicopatologias infantis.
SISTEMA DE TERAPIA FLORAL do Doutor Edward Bach (Portuguese Edition) –
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E-mail de
contato: ffvfilho@terra.com.br
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muito bom, gratidão!
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