Fernando Vieira Filho (1)
Nos últimos anos, a depressão tem surgido cada vez mais cedo,
tanto em crianças quanto em jovens, de forma geral. Em minha opinião, a
inquietação pela busca do TER antes do SER, o consumismo desenfreado alimentado
pela mídia televisiva, escrita e a internet, a perda da autoestima e a falta de
um propósito de vida podem ser causas importantes que devemos considerar quando
falamos de depressão na juventude.
Assim, é cada vez maior o
contingente de jovens em estado depressivo, vagando de consultório em
consultório, sem esperanças de cura e com tristes prognósticos de internação em
um hospital psiquiátrico. Eles formam um grande grupo de pessoas que
iniciam sua vida profissional tristes, cansadas e desanimadas, para quem a vida
parece não ter lógica alguma e - o grande perigo - o desejo da morte surge como
tábua de salvação.
Causas da depressão
A depressão pode ter causas
emocionais e fisiológicas e, nestas, o fator genético deve ser considerado.
Acredita-se que haja uma base genética, já que pessoas com história familiar de
depressão apresentam maiores chances de desenvolver a doença.
Sintomas recorrentes
A depressão é uma doença multissintomática,
e os sintomas mais comuns são:
• Sentimentos de inutilidade,
baixa autoestima, desamparo ou falta de esperança.
• Humor depressivo ou
irritabilidade, ansiedade, medos
• Dormir mais ou menos que o
normal
• Comer mais ou menos que o
normal, má alimentação
• Dificuldade em se concentrar ou
em tomar decisões, falta de assertividade (a pessoa que não sabe dizer NÃO
quando é preciso)
• Perda de interesse em
participar de atividades habituais e cotidianas
• Redução da libido (desejo
sexual)
• Recusa em estar com outras
pessoas
• Sentimentos exagerados de
culpa, tristeza ou ódio (aparente ou não)
• Perda de energia ou sentimento
de cansaço
• Pensamentos de morte e suicídio.
Drogas e bebidas alcoólicas
Quando há consumo de bebidas
alcoólicas e/ou de drogas, o quadro de depressão se agrava, e muito. Geralmente
o jovem busca as drogas lícitas ou ilícitas justamente por já apresentar o
quadro depressivo. Ao invés de buscar ajuda dos pais (muitas vezes complicados
e ausentes) e de profissionais da saúde mental, buscam as drogas e o álcool
como “remédio” para suas dores morais, por ser mais fácil de encontrar e,
também pela influência de “amigos da onça”.
Como lidar com um
depressivo
É importante que os pais ou
responsáveis pelo jovem observem os sintomas ou sinais da depressão, listados
acima. Em seguida, que procurem encorajar o filho a falar sobre seus
sentimentos e ofereçam apoio. Não tentem resolver os problemas dele, apenas
escutem, com simpatia e compreensão, sugerindo a ele procurar ajuda de um
médico psiquiatra e de um terapeuta competente.
Na convivência com pessoas
deprimidas, é sempre bom lembrar-se de:
• Evitar as críticas, pois as
pessoas deprimidas são muito sensíveis e isso pode fazê-las desmoronar.
• Não tomar a depressão do outro
como sua culpa
• Não pressionar a pessoa,
incitando-a a reagir, porque a depressão é uma doença fisiológica e, como tal,
necessita de medicamentos para seu tratamento e cura.
• Não assumir as
responsabilidades do doente
• Não perder a paciência, porque
a pessoa deprimida pode estar irritável.
Tratamentos e cura
Ao contrário do que algumas
pessoas pensam, a depressão tem cura. É importante que, ao perceber os
sintomas, a pessoa procure atendimento médico psiquiátrico e psicoterápico,
pois quanto antes for iniciado o tratamento, mais rápido o doente voltará à sua
vida normal.
O tratamento medicamentoso pode
ser realizado com o uso de antidepressivos alopáticos, constituídos por um
grupo de medicamentos químicos que têm o objetivo de restabelecer o equilíbrio
na comunicação dos neurônios. Atualmente temos vários tipos de antidepressivos,
cada um com sua indicação específica, de acordo com a recomendação do médico
psiquiatra.
Os antidepressivos alopáticos, de
um modo geral, depois de
adaptados pelo organismo, não causam sonolência, nem dependência, e não
precisam ser tomados para o resto da vida, salvo alguns casos em que a
depressão se torne crônica. Uma característica importante é que o início dos
efeitos dos medicamentos não é imediato, necessitando de um período de aproximadamente
3 a 4 semanas para começar a mostrar resultados. Da mesma forma, deve-se ter em
mente que o tratamento da depressão é demorado, levando em média de 4 a 6
meses, podendo estender-se até um ano ou mais. Isso tudo vai depender da
gravidade da doença e da resposta do paciente ao tratamento.
A psicoterapia é mais um
instrumento terapêutico de grande importância, pois ajuda a pessoa a se
conscientizar da doença e que precisa de ajuda e de se autoajudar,
identificando em si mesma pontos importantes que possam ter contribuído para o
desenvolvimento da depressão, ao mesmo tempo em que possibilita a elaboração de
estratégias para driblar esses fatores.
A psicoterapia, associada à
alopatia (prescrita pelo médico psiquiatra), ou à homeopatia e aos
Florais de Bach, leva o tratamento a uma interação sinérgica de excelentes
resultados.
O exercício da religiosidade,
seja qual for a denominação religiosa, é muito importante, assim como, o apoio
e a participação de familiares e amigos durante o tratamento.
Reincidência da depressão
A reincidência, isto é, a
possibilidade de ter novamente a doença, é muito comum na depressão. O grande
perigo é que muitas pessoas, durante o tratamento, quando percebem uma melhora
aparente, decidem, por conta própria, parar com a medicação, de supetão, sem
avisar ao médico. Aí pode ocorrer o chamado “efeito rebote”, em que os sintomas
retornam com maior força.
É preciso deixar claro que o medicamento, sempre necessário em casos de
depressão, apenas
estabiliza os sintomas, como se fosse uma muleta temporária para que a pessoa
tenha tempo para fazer sua reforma intima de atitudes, comportamentos
inadequados, emoções desarmônicas, mágoas, etc., que acumulou em sua vida. E é
nesta parte que a psicoterapia entra, na conscientização e solução do problema que levou à
doença.
É sempre bom lembrar
As pessoas deprimidas devem
evitar comentários sobre a doença e suas mazelas. Devem, por outro lado,
conversar sobre soluções para sua doença e, buscar apoio com profissionais
adequados.
(1) Fernando Vieira Filho é psicoterapeuta, é especialista em Terapia
com Florais de Bach e autor do livro - Cure suas Mágoas e Seja Feliz! -
Barany Editora - São Paulo 2012
(55 11) 99684-0463 (São Paulo e Brasil)
(55 34) 3077-2721 (Uberaba)
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