O BULLYING – PROBLEMA ANTIGO COM CARA NOVA




Por Fernando Vieira Filho (1)



O bullying (abuso) que, em minha opinião, vejo como um tipo Transtorno de Personalidade Anti-Social (pessoas que apresentam padrão social de comportamento irresponsável, explorador e insensível, constatado pela ausência de remorsos).

O bullying é um termo importado da língua inglesa (bully significa valentão), e se refere às mais diversas formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação plausível e são exercidas por uma ou mais pessoas, causando sofrimento, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa que, de forma geral, não tem possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.

Segundo estudos, geralmente o praticante do bullying - que passarei a chamá-los de bullies (abusador) - traz um ódio de sua história familiar e o transfere para algum colega que parece mais suave, mais delicado, mais generoso (bonzinho) aos seus olhos. Este, por sua vez, ao sofrer o bullying, poderá desenvolver dentro de si uma autoculpa e um ódio por si próprio – com uma diminuição significativa de sua autoestima e autoconfiança – e um ódio mortal por seu agressor ou agressores, até que, se não for tratado a tempo, começará um processo de distanciamento do mundo real. Com isso, no futuro, poderá também se tornar um bullie devido ao ódio que guarda dentro de si próprio.

Segundo pesquisadores o bullying pode se dividido em duas categorias, bem conhecidas:

1. Bullying direto, que é a forma mais comum entre os agressores do sexo masculino.

2. Bullying indireto, sendo essa a forma mais usual entre mulheres e crianças, tendo como característica o isolamento social da vítima.

Em geral, a vítima tem medo do bullie em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência, física ou sexual, ou temor de perder o trabalho.

Os bullies geralmente são pessoas que têm pouca empatia (capacidade de se colocar no lugar dos outros) em suas relações interpessoais, vêm de famílias desestruturadas, em que o relacionamento afetivo entre familiares tende a ser frio e precário. Por outro lado, o alvo dos agressores geralmente são pessoas pouco sociáveis, com baixa capacidade de reação ou de fazer cessar os atos prejudiciais contra si mesmo e possuem forte sentimento de insegurança, mas são orgulhosos, o que os impede de pedir ajuda. As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com transtornos de personalidade ou sociais e com baixa autoestima e autoconfiança. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio ou ainda como se vê raramente, sair matando pessoas para logo a seguir praticar o suicídio – lembremos de Columbine, nos EUA e Realengo no Rio de Janeiro.

O bullying é já um transtorno de escala mundial, e pode ocorrer em praticamente qualquer contexto que exista interação de pessoas - na escola (o que é muito comum), no meio universitário, com certa freqüência no próprio seio da família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos.

Há uma tendência no meio escolar, principalmente entre escolas privadas, em não admitirem a ocorrência do bullying entre seus alunos - ou desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo. Eu imagino que isso aconteça por receio de uma propaganda negativa, o que pode ser um “tiro no próprio pé”, pois a ocorrência do bullying nas escolas se espalha no “boca a boca” e aí sim, irá depor contra o estabelecimento escolar que se faz omisso. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente.

Podem ser incluídos também, no bullying, os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas e muitas vezes, criados até pelo próprio professor. As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do bullie. A verdade é que, quando não ocorre uma intervenção assertiva contra o bullying, o ambiente escolar fica contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando sentimentos de medo, ansiedade e angústia.

As escolas devem atacar a causa e a conseqüência do bullying com seriedade e honestidade.

Em minha opinião, para tratar o bullie, devem ser tomadas as seguintes medidas:

1. Sanções e punições pontuais.

2. Coibir o comportamento inadequado.

3. Encaminhar para acompanhamento psicológico.

4. No acompanhamento psicológico, deve ser abordado o relacionamento familiar, investigando a possibilidade de ter havido bullying por parte de parentes (pais, avós, tios primos, etc.).

5. Ensinar que o ódio é um sentimento absolutamente humano, junto à importância e as vantagens de se perdoar.

Portanto, o principal o principal tratamento para o bullie, é a conscientização do ódio que carrega dentro de si, procurando trabalhar de forma sistemática, o perdão, como forma de autolibertação e superação. Quanto às vítimas, deve-se estimulá-las serem mais assertivas, isto é, saberem dizer sim, quando for “sim” e, não, quando for “não”. Incentivá-las na busca e desenvolvimento de sua autoestima e, também o exercício do perdão.

Para ambos, sugiro encaminhá-los se possível, para que desenvolvam o sentimento de religiosidade e, que sigam a religião preferida, buscando fazer serviços voluntários na comunidade.

(1) Fernando Vieira Filho é psicoterapeuta, é especialista em Terapia com Florais de Bach e autor do livro - Cure suas Mágoas e Seja Feliz! - Barany Editora - São Paulo 2012

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