ESPIRITUALIDADE E RELIGIOSIDADE NA VISÃO DA CIÊNCIA

 



 Por Fernando Vieira Filho (4)

 

Em minha prática clínica psicoterapêutica de muitos anos, observo que a maioria absoluta dos pacientes que sofrem de depressão e outros transtornos afetivos, comportamentais e emocionais apresentam, de forma precoce, remissão dos sintomas físicos e emocionais, além de baixos níveis de recaídas, quando exercitam a espiritualidade cotidianamente, seja através de uma religião ou não, mas sempre praticando o bem, através de trabalhos voluntários em instituições de caridade, hospitais etc. Ou seja, qualquer atividade que tenha objetivo de nos conectar com o Pai Maior, Deus ou Universo, tanto faz o nome que se dá essa Fonte Criadora fortalece nosso sistema imunológico, promovendo uma boa saúde física e mental.  Eu acredito que a senha para esta conexão com Algo Maior seja, em suma, a bondade.

É sempre bom lembrar que ter “a tiracolo” um livro religioso ou ser pregador e adepto de qualquer religião que seja não são garantias de um exercício da espiritualidade se o comportamento cotidiano dessa pessoa for negativo, maledicente e fomentador de intrigas e dissensões.

Para toda causa temos um efeito, um resultado, uma consequência, portanto, trabalhemos confiantes em boas causas, pois os resultados serão sempre positivos para nossas vidas.

Quando falamos em espiritualidade e religiosidade, muitas pessoas se sentem confusas e me perguntam sobre a diferença entre esses dois conceitos. O Dr. Harold Koenig, psiquiatra da Universidade de Duke nos Estados Unidos tem uma ideia muito lúcida sobre este assunto, com a qual eu concordo. Em sua visão, a espiritualidade é “a aproximação do sagrado ou transcendental por meio da busca pessoal de compreensão das questões da vida sem necessariamente possuir um vínculo religioso”. Ao passo que, a religiosidade traduz “uma ligação com o sagrado ou transcendental por meio de um sistema organizado de crenças, práticas, rituais e símbolos”. (1)

Veja o que diz o cardiologista Dr. Ney Carter do Carmo Borges, da Unicamp: “Os indivíduos que buscam o transcendente também estão mais protegidos diante do estresse e da depressão, importantes fatores de risco cardíaco”. (2)

Tendo em base mais de 3.200 estudos, o cardiologista Dr. Fernando Lucchese, da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e o psiquiatra norte-americano Dr. Harold Koenig, concluíram que “a espiritualidade atua na interação entre os sistemas nervoso, endócrino e imunológico”. Estas conclusões dos doutores Lucchese e Koenig facilitam-nos o entendimento de como uma boa espiritualidade pode contribuir para melhorar a resposta terapêutica a quadros de depressão, infecciosos, inflamatórios e relacionados à longevidade. (3)

 

 1.            H. G. Koenig, D. King e V. B. Carson. Handbook of religion e health.

2.            Revista Saúde. “O remédio está na fé”. Ed. Abril, n. 371, 2013.

3.            Ibid.

4.            Fernando Vieira Filho – Psicoterapeuta Clínico, palestrante e escritor.

Autor do livro CURE SUAS MÁGOAS E SEJA FELIZ! – 2ª Ed. - Barany Editora - 2012.

E coautor do livro DIETA DOS SÍMBOLOS – 6ª Ed. - Melhoramentos - 2004.

É autor dos E-Books:                                                                                                                        PSICOFÁRMACOS - Uso e aplicações de forma simples e eficaz.                                            

 PSICOPATOLOGIA - Apresentada de forma simples e objetiva - Incluindo psicopatologias infantis.                                                                                                                                              SISTEMA DE TERAPIA FLORAL do Doutor Edward Bach (Portuguese Edition) – Amazon – 2013. E-book.

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