Por Fernando Vieira Filho¹
Em uma relação conjugal, é importante evitar a tentativa de
explorar excessivamente o íntimo do cônjuge. A maioria das pessoas conhece
apenas uma pequena parte de sua própria mente — estudos em neurociência e
psicanálise indicam que entre 1% a 5% da atividade mental é consciente,
sendo o restante inconsciente. Ou seja, nem mesmo nós temos total acesso ao
nosso mundo interno, quanto mais o outro. Por isso, é sábio respeitar o espaço
interior do parceiro, evitando investigações motivadas por curiosidade ou insegurança.
O ideal é que os cônjuges se aceitem mutuamente como são no
momento presente, com suas limitações, histórias e potenciais em evolução.
Estratégia para evitar conflitos do dia a dia
Uma prática simples, mas muito eficaz, é o uso do "Caderno
da Harmonia". Quando houver necessidade de expressar incômodos,
críticas ou comportamentos que incomodam, ao invés de verbalizar de maneira
impulsiva, o casal pode escrever suas observações nesse caderno.
Estudos da psicologia da comunicação mostram que a palavra
falada carrega forte carga emocional, especialmente dependendo do tom de
voz. Isso pode facilmente levar a discussões acaloradas, mágoas profundas e até
agressões. Ao escrever, ativamos áreas cerebrais ligadas à autorregulação
emocional, o que favorece a clareza e o respeito na comunicação.
Sempre que uma anotação for feita, recomenda-se assinar e
datar, para que haja um registro sincero e responsável daquilo que está sendo
partilhado.
O melhor exemplo para os filhos
A maneira como os pais se tratam entre si é o maior
ensinamento que podem dar aos filhos. Mais do que palavras, são os gestos
cotidianos de respeito, carinho e parceria que moldam a autoestima, os
limites e o senso de pertencimento das crianças.
Tratar bem o cônjuge — não para impressionar amigos ou
familiares, mas para mostrar aos filhos como se constrói uma relação saudável —
é um ato poderoso de educação emocional.
Um retrato comum nos dias atuais
Muitos casais enfrentam desafios com a superproteção
materna. É comum que, ao nascer uma criança, a mãe canalize todas as suas
energias para o filho, protegendo-o em excesso. Essa atitude, apesar de
bem-intencionada, pode prejudicar a formação da autoestima e da autonomia
emocional da criança, que precisa experimentar o mundo com suas próprias
descobertas e frustrações.
Quando isso ocorre, é importante que o pai converse com a
mãe, incentivando-a a permitir que o filho viva suas experiências naturais. E,
ao mesmo tempo, que ambos voltem sua atenção também ao vínculo conjugal, pois um
casal fortalecido é a base mais segura para o desenvolvimento físico, emocional
e espiritual dos filhos.
¹Fernando Vieira Filho – Psicoterapeuta/Clínico, Palestrante e
Escritor
Autor:
• CURE SUAS MÁGOAS E SEJA
FELIZ! – 2ª Ed. - Barany Editora, 2012.
• DIETA DOS SÍMBOLOS – Coautor, 6ª Ed. - Melhoramentos, 2004.
• PSICOFÁRMACOS - Uso, Aplicações, Drogas Deletérias e Interações
Medicamentosas.
• PSICOPATOLOGIA - Uma Abordagem Simples e Objetiva, Incluindo
Psicopatologias Infantis.
• DEPRESSÃO – A Dor Silenciosa.
• SISTEMA DE TERAPIA FLORAL do Doutor Edward Bach - 2013
• BEBIDA NÃO É BRINCADEIRA - O Alcoolismo – 2013.
• VIVA LEVE - Programa Alimentar das FORMAS GEOMÉTRICAS – 2004.
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